domingo, 25 de julho de 2010

Intuição

A boca se fecha ao beijo,
como fosse o corpo fechado ao desejo.
Um encontro protocolar,
pelo simples fato de ter sido marcado,
no tempo em que a vontade existia.
E perco tempo,
entre selinhos que encerram,
e o distancimaneto que finda a união.
Não, meu bem,
não me faça mais perder tempo,
vai-se embora sem disfarçar,
pois nada engana meu olhar,
que ouve melhor que o ouvido.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Nunca Mais Fugi de Casa

Quando criança, dada a esquisitices, tinha uma maleta rosa pink, precioso brinquedo. E quando contrariada, colocava a fralda na mala e ia embora de casa até a esquina, na esperança que alguém me resgatasse, um dia mamãe não foi eu voltei furiosa: Você não vai me buscar?

sábado, 17 de julho de 2010

cafuné de mãe

E as mãos dela desenrolam meus cabelos,
que se aconchegam por entre seus dedos,
me dá colo com as mãos,
me nina com cafuné...
E eu volto a ser criança,
porque perto da mãe,
a gente não precisa crescer...

sábado, 10 de julho de 2010

Vida que corre

Um monge um dia me disse:
Da vida nada espere, pois assim, cada dia em que o sol brilhar, tu serás grata.
Insisti por muito tempo esperar muito da vida, das pessoas...
Essas minhas expectativas estavam sempre revestidas da boa intenção, justificava minhas esperas assim: espero porque tenho fé nas pessoas, no mundo...
Na verdade, eu esperava por não saber viver...quem vive o presente não promove esperas. Já quem espera, está sempre com o coração enclausurado no futuro...
Como que por mágica, um dia, parei de esperar...me enchi de coragem e olhei o mundo, vi cada pedacinho dele, o que o faz adorável e aquilo que o torna terrível aos meus olhos. Vi as pessoas, e me encantei por enxergá-las. Agora comigo, não estavam mais os personagens do meu conto de fadas, estavam as pessoas reais.
Ao enxergar, pude então fazer contato, e por mais que doa abandonar minhas tão belas fantasias, percorre em meu corpo uma onda de satisfação, porque desta vez, por não me relacionar com meus personagens, deixo eu também cair minha máscara, e se alguém agora me enxerga, enxerga a mim. Desnuda, inteira, plena.
Agora não espero, e nem procuro, mas a todo momento encontro, me encontro!

quarta-feira, 7 de julho de 2010

calma e paz

Traz com sua calma minha paz,
faz
de cada encontro dos olhos,
sorrisos largos de boas vindas,
se souber sentar ao lado,
e ainda assim de frente ao nosso desejo...
A cada dúvida de intenção,
lança em mim seu beijo,
toca minha mão,
coração
não está na boca,
está aninhado,
tranquilos passos,
compassos,
dessas rotas que a vida faz,
e constrói onde o tempo desfaz,
e antes que o dia acabe,
antes mesmo do minuto que se esvai,
se faça laço em meus abraços,
e quem sabe isso tudo floresça,
e um pouco de mim,
em você permaneça,
cresça...
na liberdade de retornar,
sempre que o tempo quiser te levar...